domingo, 17 de novembro de 2013

Villa-Lobos


Heitor Villa-Lobos 
(1887-1959)

Villa-Lobos foi um grande compositor brasileiro, cujo trabalho foi reconhecido internacionalmente. 
Entre suas obras encontram-se sinfonias, choros, estudos para violão, as bachianas brasileiras, peças para piano, música de câmara, música dramática e o guia prático de música vocal. O último refere-se ao Canto Orfeônico.
O Canto Orfeônico foi um projeto de educação musical idealizado por Villa-Lobos e implantado no Brasil em 1931. Esse projeto fez parte do currículo das escolas brasileiras em uma época em que a ideologia nacionalista estava em vigor.
O Canto Orfeônico consistia em uma prática coral, simples, natural e acessível a todos. Com isso atendia às expectativas nacionalistas, pois valorizava a cultura nacional a partir do repertório brasileiro e fortalecia o coletivo. Além de contribuir para a formação moral e cívica dos alunos, o Canto Orfeônico oferecia uma formação musical e estética.

 

Ao pesquisar sobre o significado de Canto Orfeônico, encontrei duas explicações. A primeira relata que a origem do nome Canto Orfeônico vem do nome Orfeu, um deus da mitologia grega que tinha talento para música e poesia. Essa prática de cantar servia para encantar animais, e para que fosse bem sucedido o orfeão deveria ser disciplinado e seguir algumas regras.¹ A segunda informação obtida é a de que Canto Orfeônico é um sistema de canto coral que surgiu na Europa na metade do século XIX.²


Manossolfa



Assim como Kodály, Villa-Lobos criou um sistema cujos gestos manuais representavam as notas musicais, contribuindo para o estudo do solfejo. A diferença é que Villa-Lobos não trabalhava com o sistema "Dó móvel", mas conseguia trabalhar dinâmica a partir de sua manossolfa.



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¹ MELO, Seane. http://eomundoseguiuadiante.blogspot.com.br/2008/05/o-mgico-canto-orfenico.html. Acesso em 17 de novembro de 2013.
² DICIONÁRIO INFORMAL. http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/orfe%C3%B4nico/1601/. Acesso em 17 de novembro de 2013.


Saiba mais sobre o Canto Orfeônico


http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2005/sessao8/alessandralisboa_doroteakerr.pdf

domingo, 3 de novembro de 2013

Kodály

Zoltán Kodály 
(1882-1967)

O compositor, etnomusicólogo, filósofo, linguista e educador musical húngaro Kodály, acreditava que a música era para todos, por isso sua proposta pedagógica apoia-se no canto e nas canções folclóricas de seu país (Uso da escala pentatônica). O solfejo melódico e rítmico são a base do método.
Kodály atribuiu algumas sílabas para trabalhar com as figuras musicais e células rítmicas. Veja alguns exemplos:


Mínima: ta-a


 Semínima: ta


 Duas colcheias: ti ti

4 semicolcheias: ti ri ti ri


Tercina: ti ti ti


Também criou uma sequência de gestos manuais para representar alturas diferentes:

 Manossolfa


As crianças podem cantar e realizar a manossolfa ao mesmo tempo (Uma ou duas vozes).
"Para Kodály, o piano não é adequado para acompanhar o canto coral" (informação verbal).¹
Para o educador, o importante é fixar a relação intervalar entre as notas musicais, proporcionando o desenvolvimento da percepção auditiva. Pensando nisso desenvolveu o conceito de "Dó móvel", onde qualquer som pode ser chamado de dó (Os exercícios podem ser feitos a partir do pentagrama ou utilizando-se da própria mão como se ela fosse uma pauta).
 É importante lembrar que o foco da aprendizagem não é a identificação do conteúdo  teórico "intervalos". A intenção principal é provocar a experiência musical onde sejam desenvolvidas a percepção, internalização, memorização e performance das alturas pertinentes a uma estrutura musical completa, ou seja, a aprendizagem de uma canção com ritmo, frases, dinâmica e fluência musical. A aprendizagem parte do processo imitativo para o intelectual, intermediado pela participação ativa dos alunos.²

Sons Fixos:

A B C D E F G

Sons Relativos:

d r m f s l t

Após o desenvolvimento da percepção auditiva, as crianças devem ser capazes de reproduzir e de escrever a música.


Nesse método são utilizados os modos menor e maior.


Descrição das atividades realizadas no curso de Pós-Graduação em Educação Musical com a Profª. Dr.ª Enny Parejo

1. Canções: Propiciando o trabalho da memória

Marcha soldado, cabeça de papel
Quem não marchar direito vai preso no quartel
Quartel pegou fogo, a polícia deu sinal
Acode, acode, acode a bandeira nacional

João, olha o pão
Cuide bem , asse bem
Que não vá se queimar
Nós queremos provar

Sapo Cururu
Na beira do rio
Quando o sapo grita: "ô maninha"
É porque tem frio
A mulher do sapo diz que tá fazendo
Fazendo rendinha ô maninha pro seu casamento
  • Cantar
  • Marcar com palmas o ritmo real da melodia
  • Falar o ritmo real da melodia utilizando as sílabas rítmicas criadas por Kodály
  • Pesquisar diferentes timbres (partes do corpo) para diferenciar as sílabas rítmicas.
  • Marcar o pulso em uma parte do corpo e o ritmo real da melodia em outra.
2. Brincar com os nomes ritmicamente

Raquel - Laís- Apolônio - Ivanilde

Paulo- Zé - Renato - Beth

3. Sons curtos e longos

Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega essa criança
Que tem medo de careta

  • Cantar
  • Perceber e escrever os sons curtos (.) e longos (_______)
  • Cantar falando nomes de notas (relação intervalar)

Para saber mais

A educadora musical Marli Batista Ávila ministra cursos sobre a adaptação do método Kodály à realidade brasileira. Escreveu cadernos de leitura e o livro "Brincando, cantando e aprendendo".

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¹ Informação transmitida por Enny Parejo no curso de Pós-Graduação em Educação Musical da Faculdade Cantareira, em São Paulo, em outubro de 2013.
² ILARI e SILVA, Pedagogias em Educação Musical. Curitiba: Ibpex, 2011, p. 79.